sábado, 30 de janeiro de 2010

Entrevista com Aluno de Biomedicina

Entrevista com Everton Diniz


1) Com relação à formação, quanto tempo leva-se para concluir o curso?

Everton: Entre 4 ou 5 anos, dependendo das qualificações que o estudante almeja adquirir durante o curso. Geralmente pode-se implantar seu curso fazendo disciplinas e estágios opcionais além de se trabalhar em projetos de pesquisa publicando artigos científicos.


2) Está cursando qual semestre?

Everton: No momento o sétimo ( penúltimo).


3) Qual faculdade estuda?

Everton: O primeiro ano fiz na Unimonte em Santos, ótima faculdade. Depois me transferi para a UniVap em São José dos Campos, onde concluirei meu curso.


4) Você acha que o mercado de trabalho é bastante vasto para este profissional?

Everton: Acho, sem dúvida alguma, são mais de 35 áreas para se especializar.


5) Você acha que no Brasil é fácil ser biomédico?

Everton: Não. A minha opinião não diverge da maioria, acho que o biomédico além de sofrer preconceito, não tem nenhuma área exclusiva. Essa situação é bastante desconfortável, e o conselho a meu ver não parece ser muito eficaz na luta por conseguir concursos públicos. O da marinha por exemplo, é um insulto. Eles colocam um adendo somente dizendo que biomédico pode fazer e nos dão a mesma prova que dão para os concorrentes de farmácia com ênfase em analise clínica. É um fato que apesar de não termos uma área exclusiva, a análise clínica é suprema na biomedicina, e nenhum outro curso de graduação tem tantas horas dedicadas exclusivamente a isso.


7) Você imagina que terá grandes oportunidades de emprego após a formação?

Everton: Acho isso bastante possível. Como pretendo continuar estudando, fazer estrictu sensu, latu sensu e doutorado, não vejo grandes dificuldades em conseguir um trabalho que me agrade. No caso, muito me interessa a carreira de professor universitário, além da de analista ambiental.


8) Como você escolheu o curso?

Everton: Estava em busca de um curso onde eu pudesse realizar pesquisas, tentar descobrir curas, tratamentos entre outros. A biomedicina, em sua vertente de pesquisa, atende significativamente esse meu objetivo.


9) Como você conheceu a profissão?

Everton: Eu descobri a biomedicina na internet, através de um blog como este.


10) Teve algum momento especial que fez você ter certeza de que biomedicina é o que você quer na vida?

Everton: Sim. O primeiro ano de biomedicina é muito interessante. Senti isso o primeiro ano todo.


11) Quais são as principais dificuldades enfrentadas no curso?

Everton: Eu nunca tive problemas com as matérias do curso, além da freqüência nas aulas ( gosto de estudar sozinho, e não de ir a aula). No entanto, geralmente os estudantes costumam ter dificuldade em química geral, físico química, química orgânica 1, anatomia 1 e 2 ,bioquímica 1 e 2, biologia molecular e as vezes em imunologia 1 e 2 e imunologia clínica. Os livros são caros, mas sempre os encontrei nas bibliotecas e na internet para download.


12) Qual a maior satisfação que você tem ao estudar o curso?

Everton: O poder que a biomedicina me deu é minha maior satisfação. Hoje sou capaz de cultivar microorganismos, de clonar bactérias ( o principio da clonagem é o mesmo para uma bactéria, uma ovelha ou um homem), sei exatamente o que significa as informações das embalagens dos alimentos e para que serve cada nutriente daqueles. Sei fazer programas de exercício físico, dietas, posso dar orientações e esclarecimentos sobre o funcionamento do organismo, de fármacos, tóxicos, cirurgias, patologias entre outras coisas. Temos um conhecimento teórico bastante pavimentado sobre tudo o que envolve o corpo humano.


13) As pessoas costumam confundir muito a biomedicina com a medicina. Qual é a principal diferença?

Everton: Sim, confundem. Eu diria que a biomedicina tem o conhecimento teórico sobre o homem. É como se fossemos um médico teórico, mas não aprendemos praticas invasivas ou cirúrgicas e isso nos diferencia dos médicos. Os médicos aprendem certas coisas com maior profundidade que os biomédicos, por outro lado eles não sabem o mesmo que nos sobre exames e microorganismos e talvez até genética. Entendam, estou me referindo a uma comparação entre um graduando de medicina com um graduando de biomedicina. No entanto, no geral os médicos sabem tudo o que sabemos ( hora com mais profundidade, hora com menos profundidade que nos), já nos não sabemos tudo que eles sabem.


14) Você acha que os biomédicos são bem remunerados? Existe uma grande diferença de salário entre as áreas de atuação deste profissional?

Everton: Acho que a remuneração é adequada. Apesar de ser baixa, temos de levar em conta a lei de oferta e procura. O ganho do biomédico somente irá aumentar quando ele tiver uma área onde somente ele possa atuar. Existem áreas que pagam bem, ou que dão autonomia, oferecendo salários acima de 4 mil reais.


15) Quais áreas seriam essas?

Everton: Além da perícia criminal, temos as seguintes áreas: Perfusão extra-corpórea, bromatologia, imaginologia e análise ambiental.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Atualidades Médicas

Células da Coxa para o Coração

É evidente que o transplante de coração não é a melhor solução ou a melhor técnica usada em pacientes com doenças cardíacas devido ao alto grau de risco da cirurgia, da falta de doadores da rejeição que pode acontecer.
Por este motivo vários pesquisadores vêm estudando uma solução que tudo indica ser mais simples.
O diretor do programa de transplantes de coração da Universidade de Michigan, Francis Pagani realizou cultura de células musculares da coxa de pacientes que esperam por um transplante e injetou as células no coração destas pessoas. Quando os pacientes receberam o coração sadio, Francis Pagani examinou os órgãos removidos (doente). Notou-se algo realmente surpreendente, as células novas que Pagani havia injetado no coração doente do paciente haviam sobrevivido e estavam começando a formar fibras musculares.
Pagani observou que houve indícios de que as células transplantadas melhoravam a função cardíaca. Além disso o uso de células musculares do próprio paciente evitava o risco de rejeição, ou seja não existia o risco de rejeição da célula nesta técnica pois se trata de um autoenxerto. Essa é uma técnica muito mais fácil e muito menos controversa do que o transplante de células tronco embrionárias.